Atalaia, terra de gente hospitaleira e trabalhadora, teve o seu auge nos finais do séc. XIX e princípios do séc XX a atestar pelas muitas construções da época e por relatos orais e escritos que chegam até aos nossos dias.
As suas origens perdem-se na bruma dos tempos, devendo-se o seu nome à sua localização num ponto elevado, do qual se destaca o Alto Pina, e onde poderia ter existido uma torre de vigia ou observatório, provavelmente como ponto avançado de defesa da Vila de Gavião. Ainda hoje, estar de atalaia significa estar alerta, estar de vigia, estar de sentinela.
Pelo privilégio de haver no seu termo duas ribeiras de caudal permanente e abundante, as ribeiras de Alferreireira e a das Barrocas ali laboraram, outrora, dezenas de azenhas, moinhos e lagares o que tornaria a Atalaia num dos maiores centros moageiros da região. Também o vale ao longo da ribeira das Barrocas seria totalmente cultivado com hortícolas e frutas para abastecimento da população local.
Ainda hoje são visíveis ao longo das duas ribeiras cerca de 40 moinhos, alguns com três pares de mós!, uns ainda em bom estado e outros já em ruínas pelo desuso e por esta prática moageira ter sido superada pelos moinhos elétricos.
Em Agosto, era tradição realizar-se aqui uma festa em honra de N. Sra. Mãe dos Homens, festa esta que atrai gentes de toda a região.
História e atualidade
No século XII , o território desta freguesia pertencia ao termo de Guidintesta , altura que segundo se pensa, terá começado o seu povoamento. A população, devido ao risco das suas terras serem invadidas, sentiu a necessidade de criar um posto de vigia que assegurasse a defesa das mesmas - uma Atalaia. "Palavra que deriva do verbo Tálea (subir), e na oitava conjugação significa vigiar, olhar ao longe, descobrir com a vista".
Pertenceu, de seguida, à Ordem do Hospital e foi, Gil da Moita, o habitante deste território que tinha a seu cargo o posto de vigia e defesa, que lhe deu a carta de povoamento.
Administrativamente Atalaia pertenceu ao concelho de Belver até à sua extinção, em 1836, passando então para o Termo de Gavião.
Entre 1895 e 1898 fazia parte do Concelho de Niza e regressou de seguida ao Concelho de Gavião.