No sertão brasileiro há uma cidade que já adotou o nome de Gavião: Umarizal

  • Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia
  • 23 set., 2024
Há um elo de ligação forte entre a cidade brasileira de Umarizal e a vila de Gavião. A primeira, situada no estado do Rio Grande do Norte, no Brasil, já teve o nome de "Gavião" e assim foi porque o batismo da povoação foi inspirado precisamente na nossa vila.

A "descoberta" aconteceu em 1997, quando Aurélio Bravo, diretor do jornal 'Fonte Nova', editado em Portalegre, recebeu uma carta de um morador em Portalegre, Brasil, informando que também em terras brasileiras, no estado do Rio Grande do Norte, havia uma cidade chamada Portalegre. Aurélio Bravo ainda pensou tratar-se de Porto Alegre, esta uma cidade do estado do Rio Grande do Sul e capital de Estado. Mas não.
Segundo foi apurado, a cidade de Portalegre terá sido fundada há mais de 250 anos pelo português Miguel Castelo Branco, que terá exclamado ao olhar pela primeira vez para o lugar: "É uma Portalegre do Sertão!"

Em 1761, o juiz português fundou o município de Portalegre e também Estremoz e Arez, dando nomes de vilas alentejanas a estas terras sertanejas. A hoje cidade de Umarizal nessa época também passou a ser chamada Gavião.

Em 2004, uma grande delegação do Alto Alentejo, por altura das celebrações dos 80 anos do jornal 'Fonte Nova', visitou todas estas cidades. Jorge Martins, então presidente da Câmara Municipal de Gavião, integrou a delegação e teve oportunidade de conhecer a Gavião do sertão brasileiro.

De recordar que no Brasil também existe o município de Gavião Peixoto, no Estado de São Paulo, mas neste caso sem qualquer conexão de referência toponímica à nossa vila de Gavião.

A cidade de Umarizal, outrora Gavião, nome que persiste pelo menos numa instituição do município, tem cerca de 10 mil habitantes e dista 341 quilómetros da capital estadual, Natal.
Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 16 de novembro de 2024
Esta casa que se avista desde o nosso território, inserida na freguesia de Belver, faz parte do bilhete postal que é também a margem direita do Tejo junto à estação ferroviária de Belver Gaviã o. É uma casa com muita história e que hoje é uma referência do turismo de habitação - "A Saboeira". Mas estes foram também os edifícios da fábrica de alpercatas de António Seara , mais tarde recuperada por um casal de italianos, Serenela e Giorgio Formica, transformando-a em uso turístico - A Casa da Abitureira. A propriedade foi adquirida em 1992 e no início deste milénio ainda funcionava com este nome. Hoje, tem novas proprietárias e guarda apenas a memória das alpercatas que aqui se fabricaram.

Anselmo Seara, sobrinho de António Seara, informa que esta casa foi construída não apenas para ser fábrica de alpercatas mas também armazém de vários produtos, entre os quais tripa para enchidos, especiarias e papel de fumar . Também ali esteve a residência da família.

A fábrica chegou a empregar mais de 150 pessoas de Belver e Gavião, refere ainda Anselmo Seara. Este é, por isso, um sítio com uma história imbricada não apenas com as gentes de Belver mas também com as gentes de Gavião. Porque, no fundo, este território é cozido igualmente pela vivências das pessoas em locais que por vezes não são os das freguesias onde residem. O que justifica trazermos aqui uma casa inserida na freguesia de Belver e que se vê da nossa freguesia, desde a margem esquerda do Tejo.
Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 14 de novembro de 2024
A Quinta da Margalha, cuja casa principal se situa a menos de três quilómetros da vila de Gavião, perto da Nacional 118 (quem nela viaja ainda tem a indicação para o núcleo habitacional da herdade), é uma referência da história do nosso território.

Hoje já sem a produtividade agrícola de outros tempos, a Quinta da Margalha ainda tem nove hectares de vinha e daqui sai uva para algumas grandes casas produtoras de vinho. Estas vinhas que veem na imagem foram plantadas em 2001 e 2002 pela Ilex Vinho. O vinho aqui com origem resulta da conjugação das castas Touriga Nacional, Aragonês e Syrah, com notas de Tinto Cão e Verdeaux.

A Quinta da Margalha alberga também uma importante coleção de 38 carros de tração animal e um deles é a ambulância que está na imagem de capa. Uma ambulância militar que José Hipólito Raposo - o autor de grande parte da coleção - entendia como "única no mundo". O carro de atrelar, modelo 1907, foi encontrado numa sucata e recuperado na Margalha.

José Hipólito Raposo iniciou a coleção contando já com 12 carros de atrelar que pertenciam a esta família da Casa Rebelo. A sua mãe, Valentina de Andrade Pequito Rebelo Vaz Raposo, herdou a Quinta da Margalha no início do século XX. A casa da quinta foi mandada construir por Maria Adriana Pequito de Seixas Andrade (que a herdou de uma tia), personalidade gavionense falecida em 1920 e esposa do conselheiro José Caetano Coutinho Rebelo (antigo presidente da Câmara Municipal de Gavião e pai de José Adriano Pequito Rebelo).

É também a Margalha um lugar onde estagiaram grande personalidades, como aconteceu na sua juventude com o atual Duque de Bragança, D. Duarte Nuno. A quinta possui também uma capela mandada erguer por dona Valentina cumprindo um voto de sua mãe pelo regresso de um filho da I Guerra Mundial.

A Margalha dará agora também o seu nome à central fotovoltaica que está a ser construída também em terrenos que lhe pertencem.


Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 8 de novembro de 2024
Odete Jesus é uma das pessoas que usa regularmente o forno comunitário do Cadafaz para fazer pão. Um pão especial cujo segredo não revela mas que não dispensa farinha integral. A equipa de trabalho da União das Freguesias de Gavião e Atalaia  foi presenteada recentemente com um pequeno almoço reforçado também com coalho, queijo, manteiga e vinho, para acompanhar o pão acabado de sair do forno preparado por Odete e pelo seu irmão José. Germano Porfírio, presidente da união das freguesias, também esteve presente.

Odete de Jesus é uma das pessoas com residência no Cadafaz que utiliza regularmente este forno comunitário recuperado em 2021 tal como outros seis no concelho de Gavião  (um deles na vila sede de concelho e outro na Degracia), um investimento de 165 mil euros que está a dar frutos ou, neste caso, pão quentinho. Assim se mantêm vivas as tradições mais entranhadas na história do nosso território, com estes fornos também a proporcionarem bons momentos de convívio e coesão social.

Outeiro Fundeiro, Torre Cimeira, Furtado e Outeiro Cimeiro são as outras aldeias do concelho, todas elas na freguesia de Belver, que também dispõem de fornos comunitários ativos.


Show More
Share by: